19 Janeiro 2012
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O IPCB/Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) acaba de entregar à firma Trabite-Tratamento Ambiental, com sede em Alcains, o relatório técnico científico sobre o composto produzido pela empresa e a sua validação como fertilizante agrícola, de acordo com o quadro normativo em vigor.

Os resultados obtidos indicam a viabilidade da utilização do composto como fertilizante referindo os seus principais efeitos e a forma de aplicação. Conforme os dados experimentais efetuados no Centro de Ensaios de Nutrição Vegetal, Fertilidade do solo e Fertilização da ESACB, o composto produzido pela Trabite manifesta a capacidade de fornecer nutrientes de uma forma gradual às culturas, não apresenta efeitos de fitotoxicidade nem na germinação nem no desenvolvimento das culturas e poderá ser utilizado em campos de golfe.

A equipa que realizou o projeto “Validação de um composto como fertilizante para efeitos de legalização de uso agrícola” foi constituída pelos docentes do IPCB/ESACB Maria do Carmo Horta Monteiro, João Paulo Baptista Carneiro e Paulo Manuel Pires Águas, e contou também com a participação dos alunos de Mestrado em Gestão Agro-Ambiental de Solos e Resíduos Vera Mónica Pires Cipriano e Pedro Filipe Viegas Sebastião.

Este projecto de transferência de tecnologia e conhecimento ocasionou ainda a realização de dois trabalhos de projeto final do Mestrado pelos alunos referidos, com os títulos “Avaliação da Disponibilização e Perdas de Fósforo por Drenagem Após Aplicação ao Solo de um Composto” e, “Avaliação da Aplicação de um Composto Orgânico como Alternativa à Fertilização Mineral em Greens de Golfe”. Os resultados experimentais desses trabalhos tornaram possível efetuar o estudo com maior detalhe, adicionando informação inovadora sobre o potencial uso do composto e abrindo outras possibilidades de mercado para o produto.

O composto produzido pela Trabite – Tratamento Ambiental, empresa que desenvolve atividades no domínio da gestão de resíduos nomeadamente na área da compostagem, resulta de um processo de compostagem de vários resíduos de origem orgânica como lamas de depuração urbanas provenientes de ETAR, resíduos de matadouro, resíduos do processamento de polpa da fruta, serradura e casca de pinho e cinzas de biomassa florestal.

Quanto ao seu valor como fertilizante, o composto não apresenta efeitos de fitotoxicidade nem na germinação nem no desenvolvimento das culturas; manifesta a capacidade de fornecer nutrientes de uma forma gradual às culturas; no planeamento da fertilização deverá ser tomado em consideração o facto da disponibilização em nutrientes por parte do composto, nomeadamente azoto e fósforo, só ocorrer passados três a quatro meses, após a sua incorporação ao solo; apresentou um efeito benéfico no teor em matéria orgânica do solo; a sua aplicação não teve efeito significativo no teor em micronutrientes e metais pesados quer no solo quer nas plantas (Cu, Zn, Mn, Pb, Cd, Cr e Ni); apresenta-se isento de contaminação por microrganismos patogénicos; com uma granulometria inferior a 2mm e um teor de humidade ligeiramente < 35% será particularmente importante se utilizado em campos de golfe.

Estes resultados dizem respeito à incorporação de 10 toneladas de matéria seca de composto por hectare.

Com a entrega do relatório técnico científico “Validação de um composto como fertilizante para efeitos de legalização de uso agrícola” encontra-se concluído o projecto de transferência de tecnologia e conhecimento constante no protocolo assinado entre o IPCB/ESA e Trabite, em Abril de 2011.

(in http://www.ipcb.pt)