A curta-metragem A rapariga de olhos grandes e o rapaz de pernas compridas, de Maria Hespanhol, foi a grande vencedora da noite, conquistando três Onofres, incluindo o prémio de Melhor Curta-Metragem, o que lhe garante uma nomeação direta para os Prémios Goya e para os Prémios Fugaz.
Foi também premiado na categoria de Melhor Fotografia pela A.E.C. (Associação Espanhola de Directores de Fotografia), destacando-se pela sua requintada direção de arte, e conquistou um terceiro prémio o Prémio de Melhor Música Original, reafirmando o seu domínio nesta edição do festival. Esta obra portuguesa de animação stop motion conta uma história de amor comovente, marcada por uma constante procura de felicidade e autoestima. A estética visual e a profundidade emocional das personagens foram elementos chave que cativaram o júri.
Por sua vez, o júri jovem atribuiu à curta-metragem 2720, de Basil da Cunha, e ao seu olhar marcante sobre a vida nas periferias urbanas, o Prémio do Júri Jovem Luis Alcoriza, um prémio estabelecido em colaboração com a Academia Europeia e Ibero-Americana da Fundação Yuste.
Outra obra aplaudida no festival que capta a adversidade, nesta ocasião em La Cañada Real de Madrid, foi Aunque es de Noche, tendo o prémio de Melhor Realização sido atribuído ao seu criador: Guillermo García López.
O Melhor Argumento foi atribuído ao argentino Martín D. Guevara por Liberté. Esta curta-metragem, baseada num acontecimento real atroz e terrível, narra a despedida de Josefina perante o seu destino iminente de uma forma crua mas poética.
Luis Bermejo, natural da Extremadura, recebeu o Prémio AISGE para o Melhor Interpretação Masculina pelo seu papel na comédia Pathos, de Andrea Noceda, onde interpreta Juan, um jornalista em crise que trava um duelo de palavras com o seu parceiro profissional enquanto se despede de um antigo colega num funeral.
E a Melhor Interpretação Feminina foi partilhado por Laia Manzanares e Míriam Iscla em Vida o Teatre, de Guillem Manzanares. Esta produção em língua catalã explora a relação tensa entre uma jovem mulher e a sua mãe.
Os filmes da Extremadura também tiveram o seu lugar no 30.º FIC, com cinco produções a competir este ano na Competição de Curtas-Metragens da Extremadura, e o vencedor do Prémio Reyes Abades para a Melhor Curta-Metragem da Extremadura foi para O estado de Alma, uma coprodução entre Sardinha en lata (Portugal) e The Glow (Espanha). Esta animação acompanha Alma, que acorda todos os dias com uma nova condição física que reflecte os seus sentimentos de inadaptação, oferecendo uma reflexão profunda sobre a solidão e a aceitação.
A emoção da gala fez-se sentir desde o primeiro momento, mas ainda mais quando foram apresentadas as categorias do público após as suas votações ao longo da semana. Assim, o Prémio do Público de Badajoz foi atribuído a Troleig, de Luis Eduardo Pérez Cuevas. Esta curta-metragem catalã apresenta-nos Marina, que sobrevive no meio da precariedade do trabalho e de um ambiente familiar difícil. Uma história social que se transforma numa comédia negra.
Guillermo García López, de Aunque es de Noche, voltou a subir ao palco para receber um segundo Onofre, desta vez o Prémio do Público de Olivença.
San Vicente de Alcántara atribuiu o Prémio do Público a La Ley del Más Fuerte, de Raúl Monge. Uma obra de violência estilizada com o contraponto de uma banda sonora com canções dos Pekenikes e dos Fórmula V.