O Museu Extremenho e Iberoamericano de Arte Contemporânea (MEIAC) de Badajoz inaugura a 31 de outubro de 2024 a exposição “Lisboa frágil”, uma seleção de obras do fotógrafo português Luis Pavão, que estará patente até 16 de fevereiro de 2025.
A exposição, comissariada pela historiadora de arte e fotógrafa extremenha Laura Covarsí, foi anteriormente apresentada no Museu de Lisboa, onde foi muito bem recebida. Lisboa Frágil convida-nos a explorar uma cidade em mudança, captada desde os anos 70 até à atualidade. O olhar de Pavão documenta uma Lisboa em constante transformação, imortalizando cenas de tabernas, teatros e casas de fado, documentando as suas personagens e espaços emblemáticos sem filtros ou distâncias, conseguindo um retrato autêntico da capital portuguesa.
Para além das suas fotografias, a exposição inclui materiais inéditos, como folhas de contacto e maquetas, que permitem ao visitante conhecer o processo de trabalho de Pavão. A coleção torna-se assim uma fonte documental de grande valor para o estudo da evolução urbana e cultural de Lisboa. Para esta exposição Laura Covarsí optou por uma curadoria que vai para além do visual, aproximando o espetador da Lisboa mais íntima, aquela que se esconde por detrás das suas paredes e na memória dos seus habitantes. A exposição resgata cenas do passado, ao mesmo tempo que reflecte a inevitável mudança que caracteriza a Lisboa de hoje.
Luis Pavão é uma figura de destaque no campo da fotografia em Portugal e uma referência na preservação do património fotográfico. Com uma sólida formação em engenharia eletrotécnica e fotografia, a sua carreira estende-se por várias décadas dedicadas a documentar a evolução da cidade e dos seus habitantes.
Sobre o autor
Luis Pavão (Lisboa, 1954) é licenciado em Engenharia Eletrotécnica (IST, 1981) e Mestre em Fotografia (MFA on Photography, Rochester Institute of Technology, 1989). Lecionou fotografia em diversas escolas em Portugal, como a ARCO (1990-2000) ou o Instituto Politécnico de Tomar (2000-2015), nas áreas dos procedimentos fotográficos históricos e da conservação e restauro do património fotográfico.
A sua carreira como autor começou nos anos 80, com projectos como “Tabernas de Lisboa” (1981) ou “Lisboa à noite” (1983), em que, através da fotografia, descreve a cidade que o rodeia, com metodologias próximas da antropologia visual. Estes dois trabalhos, editados pela Asirio & Alvim, tornaram-se rapidamente referências da fotografia em Portugal na década de 1980.
Em 1986 mudou-se para os Estados Unidos para formalizar a sua formação como fotógrafo e, de regresso a Portugal, continuou a explorar as transformações sofridas pelo país ao longo dos anos, ao mesmo tempo que recebia encomendas para documentação fotográfica em museus ou para a conservação do património fotográfico em colecções públicas e privadas.
Tem exposto regularmente em espaços em Portugal, nomeadamente: 'Ode ao 31 de janeiro', Museu da Faculdade de Ciências (2019); 'Record Rapid', Pequena Galeria, Lisboa (2021); 'Azul Azul', Museu de Ílhavo (2022); 'Pela Fresca Sombra das Árvores de Lisboa', Arquivo Municipal de Lisboa (2022); 'Lisboa Frágil', Museu de Lisboa (2024).