O Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC) inaugura a exposição retrospetiva Historias de familia, dedicada à artista portuguesa Ana Vidigal, no dia 18 de junho, às 11h00. A exposição, com a curadoria de Patrícia Reis, reúne obras de quatro décadas de carreira e insere-se no projeto de cooperação cultural transfronteiriça Campo Abierto / Campo Aberto, promovido pela Junta de Extremadura e pela Fundação Eugénio de Almeida. A exposição, que pode ser visitada até 5 de outubro, abrirá as portas ao público no dia 18 de junho, às 19 horas, com uma visita guiada pela própria artista e pela curadora.
Histórias de familia traça a evolução artística de Vidigal através de peças icónicas, elementos autobiográficos e um olhar poético sobre o quotidiano. Sedimentos, memórias, cartas, fotografias e objectos pessoais compõem um universo criativo que desconstrói o familiar para o reinterpretar a partir da emoção e da memória. Ana Vidigal utiliza como matéria-prima para as suas criações elementos tão diversos como sedimentos, restos, memórias, cartas e fotografias, todos eles extraídos da complexidade da vida, explorando meticulosamente os vestígios de vidas obsessivamente guardadas e reinventadas.
Segundo a curadora, "através das suas mãos, há uma perceção única de cada objeto e do seu potencial. Como se as suas pequenas mãos tivessem o poder de pegar num recorte, num botão, num postal ou numa fotografia e descobrir imediatamente a sua vida oculta. É na familiaridade dos objectos que Ana Vidigal tece muitas das suas narrativas". E acrescenta: "Ao longo de 43 anos, a artista tem mantido o seu percurso dentro de uma lógica baseada na desconstrução do familiar. Apropriou-se de conceitos e ideias para os recriar; inspirou-se na poesia para salvaguardar cosmovissões; mergulhou em pormenores e acumulou pedaços de coisas que para a maioria de nós são apenas isso, coisas, e que para ela são a possibilidade de comunicar de outra forma".
Para além de incluir simbolicamente um conjunto de caixotes metálicos com objectos e múltiplos papéis que Ana Vidigal trouxe do seu atelier, a exposição é composta por peças que se tornaram icónicas e que, mais uma vez, ressoam numa geografia emocional e afectiva. Como sublinha Patrícia Reis, "são peças que revelam o carácter multidisciplinar de Ana Vidigal e as suas propostas artísticas como episódios que encerram histórias específicas. Cada peça tem um início, uma história".
Ana Vidigal
Nascida em Lisboa em 1960, Vidigal licenciou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Foi artista residente no Museu de Arte Contemporânea do Funchal e o seu trabalho tem estado presente em inúmeros projectos públicos, como o Metro de Lisboa e o Instituto Português do Património Arquitetónico. Patrícia Reis é historiadora de arte, escritora e jornalista, tendo desenvolvido uma sólida carreira como editora e curadora. Trabalhou em meios como o Expresso, o Público e a revista Time, em Nova Iorque. É editora da revista Egoísta e autora de ficção, literatura infantojuvenil e biografias. Publicou livros de ficção e é autora da coleção infantil Diário do Micas e de outros volumes infantis. Em 2024 publicou uma biografia de Maria Teresa Horta.
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