No dia 9 de maio de 2023, a Academia Europeia e Ibero-Americana da Fundação Yuste realizou a cerimónia de entrega do XVI Prémio Europeu Carlos V, no Mosteiro de São Jerónimo de Yuste (Extremadura), que este ano foi atribuído ao político português e Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
Este prémio reconhece a comprovada, extensa e longa carreira de Guterres dedicada ao compromisso social, ao processo de construção europeia, à promoção do multilateralismo, à dignidade humana e ao desenvolvimento sustentável, enfrentando desafios e crises globais como a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, bem como um dos maiores desafios que a Europa e a Humanidade enfrentam, as alterações climáticas, colocando a Agenda 2030 como o roteiro global centrado nas pessoas e no planeta.
A cerimónia foi presidida pelo Rei Felipe VI, que no seu discurso elogiou "a missão e o empenho" de António Guterres, que "tem vindo a construir a partir da razão prática um caminho alternativo ao otimismo, baseado na confiança fundamentada nas nossas forças, na nossa capacidade de cooperar, para construir um mundo melhor".
O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou António Guterres como "o melhor homem da sua geração, sempre a lutar por Portugal e pela Europa" e destacou a sua forma de "servir os outros, ajudar os que sofrem e dar-lhes dignidade" como "defensor do multilateralismo, dos direitos humanos e da paz".
António Guterres dedicou o prémio a todos os que trabalham na ONU, refletiu sobre os desenvolvimentos globais e a mudança na Europa e alertou que "a paz nunca deve ser subestimada e tomada como garantida" e que "temos de trabalhar por ela todos os dias sem descanso. Em vez de balas, precisamos de arsenais diplomáticos através da conciliação, da mediação e da arbitragem".
“Só haverá paz se conseguirmos a plena inclusão das mulheres na tomada de decisões", acrescentou, sublinhando ainda a necessidade de reduzir as emissões e proteger o ambiente, atuando em prol da justiça.
António Guterres é a terceira personalidade portuguesa a receber este prémio, depois de Jorge Sampaio em 2004 e José Manuel Durão Barroso em 2014.
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